sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

LEIA OUTRO LIVRO. NÃO ASSISTA BBB. SUGESTÃO DE LEITURA


Um livro que atordoa certamente até quem matou o próprio pai sem remorsos. Leitura para quem quer sentir o peito arfando. Sentir a obsessão de não fechar o livro e ler até sua última palavra de um fôlego só. Sentir-se humano em todas as dimensões sem a repressão do pai maior. Leitura simplesmente por que, além de fazedor de machados, com eles, somos criadores de cultura.


SINOPSES DO LIVRO

Já matou o seu pai? Está à espera de quê? Toda a gente tem o dever de matar o próprio pai. Faça como o protagonista do romance de Mário Sabino: livre-se dele com duas pauladas na cabeça. Pelas costas, de preferência. Se matar um pai é fácil, rápido e indolor, muito menos fácil, rápido e indolor é interpretar o gesto. O protagonista anônimo de O dia em que matei o meu pai procura indícios para entender o crime que cometeu. É um detetive que colhe provas dentro da sua própria cabeça. Recorre a todos os instrumentos que já foram inventados, para analisar os nossos impulsos mais primários. Invariavelmente, demonstram-se inadequados. Despistam mais do que esclarecem. Filosofia, religião, psicologia, ciência comportamental: tudo parece ridiculamente impróprio para explicar a bestialidade humana. O parricida apresenta-nos também o seu romance inacabado. Ao ler esse romance dentro do romance, a nossa voracidade interpretativa leva-nos imediatamente a procurar símbolos, a traduzir metáforas, a ler nas entrelinhas. Não adianta nada. A literatura não revela: ela esconde, dissimula. Mário Sabino não veio para confortar. Com coragem, com malícia, com graça, ele prefere perturbar, desmontando tudo aquilo que a nossa inteligência concebeu na frustrada tentativa de dar um pouco de ordem e sentido à realidade.

Publicado na França, Itália, Argentina, Portugal, Austrália/Nova Zelândia, Holanda, Coreia do Sul e Romênia, este romance de Mario Sabino é um dos mais traduzidos da literatura brasileira contemporânea. "O Dia em que Matei Meu Pai" parte de uma trama aparentemente simples, a do narrador que conta à sua analista os motivos pelos quais matou o pai. A narrativa mescla suspense, tragédia e uma profunda reflexão sobre a alma humana. O autor constrói um texto no qual a psicanálise, a filosofia, a religião e a literatura se sobrepõem num discurso marcado pela dissimulação. Uma história de mistério em que o leitor deve descobrir não o crime ou o criminoso, explícitos desde o título, mas as motivações para o ato. Um belo romance de ideias




ENTREVISTA COM MARIO SABINO A ENTRELINHAS






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