terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

LEMBRANÇAS DO CINE BIJOU IV




Esta sessão foi inspirada pelo artigo CINE BIJOU VIVE, do qual publico alguns trechos abaixo. O CINE BIJOU, o seu ambiente político, e claro, os filmes que ali assisti contribuiram muito para minha formação política e ética na juventude. Por isso, aqui minha saudação àqueles que buscam resgatar a história e o papel daquela instituição.

CINE BIJOU VIVE(*)
Gabriela Moncau

"Uma sala pequena, com pouco mais de 100 poltronas de couro vermelho, número 174 da Praça Franklin Roosevelt, no centro da cidade de São Paulo. Ali foi inaugurado, no inínio dos anos 1960, o Cine Bijou, espaço que exibia os chamados 'filmes de arte', alternativos à hegemônica indústria hollyoodiana e que compunha o cenário efervescente da cultura alternativa da Roosevelt, na contramão dos repressivos anos de chumbo.
O Cine Bijou durou até 1995, quando, junto com a deterioração da Praça Roosevelt, fechou suas portas.
Passados 15 anos, um projeto de resgate histórico desenvolvido pelo Núcleo de Preservação da Memória Política (NPMP) - formado por militantes, ex-presos e perseguidos políticos no período da ditadura - em parceria com o Sarau Quilombo Cidade Ademar e o Teatro Studio 184, traz à vida o antigo Cine Bijou, exibindo filmes gratuitamente de 15 em 15 dias, aos sábados, às 15 horas.
Danilo Dara, historiador e filho de ex-militantes da Libelu(**) (Liberdade e Luta, organização estudantil que lutou contra a ditadura militar), que sempre ouviu nostalgicamente seus pais falarem dos tempos em que frequentavam o Cine Bijou, hoje é um dos idealizadores desse projeto de realtivação. Ele conta que a idéia nasceu 'do intercâmbio de experiências, de concepções políticas e históricas entre militantes com mais tempo de caminhada e nós, mais jovens'. Dara explica que 'esta ponte entre jovens militantes e lutadores de outros invernos, bem como a ponte entre a experiência de resistir à ditadura (nos anos 1960 e 1970) e a experiência de resistir à violência da democracia, sobretudo nas periferias (dos anos 2000), estão no cerne do projeto'."

(*) Trechos de artigo publicado na revista CAROS AMIGOS, nº 165.
(**) Corrente Estudantil em que militei nos anos 1970, na USP.

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