terça-feira, 31 de maio de 2011

CARTA AOS MILITANTES E DIRIGENTES DO PT-PE

Companheiros(as),

É com muito prazer, que comunico a todos(as) que estou retornando ás atividades políticas do PT. Tenho recebido, desde que voltei de viagem, vários cumprimentos que me animam a militar com vontade. É verdade que ainda tenho limitações e não posso assumir responsabilidades além da minha capacidade física. Alguns dirigentes de diretórios municipais me sugeriram participar de debates nos municípios pensando a organização das eleições de 2012. Considero muito importante que vários diretórios estejam se organizando para esta discussão.

Precisamos ainda este ano avançar em algumas deliberações políticas e organizativas bem como fazer as avaliações necessárias das alianças eleitorais. É necessário termos clareza sobre como se deve dar nossa relação com o Governo Estadual, com o PSB e demais partidos da base aliada. Não podemos deixar de considerar alguns elemengos importantes na conjuntura atual. A aproximação do PSDB/Sergio Guerra com o PSB, a participação de Eduardo Campos na criação do PSD de Kassab, a importância das eleições municipais de 2012 para 2014 e a defesa permanente dos nossos governos municipais e federal.

Nosso projeto continua sendo o fortalecimento e sustentação do Governo Dilma. Temos que criar as condições de, ao fazer as alianças com os demais partidos, não ficarmos reféns dos aliados.
As oportunidades são grandes, assim como também os riscos. Trata-se agora de nos proteger dos riscos e organizarmos nossa militância para fazer das oportunidades conquistas e crescimento do PT.

Nestes dias conversei com o nosso Presidente Deputado Pedro Eugênio. Considero que Pedro está fazendo um excelente trabalho. A preocupação com a unidade partidária e o fortalecimento do PT no conjunto do estado, em particular no interior, está no centro de suas propostas. Precisamos todos ajudá-lo neste objetivo. O Diretório Regional já fez seu Seminário de Planejamento Estratégico visando as eleições municipais. Cada Secretaria da Executiva Estadual tem que cumprir seu papel, tirando o Planejamento da gaveta e impulsionando o debate político.

Em particular as Secretarias de Organização e de Mobilização devem cumprir um papel decisivo neste sentido.
Renunciei à Presidência do PT por motivos der saúde. Dexei a Executiva Estadual, mas continuo membro do Diretório Regional. Coloquei-me à disposição da Presidência do partido para colaborar no que for preciso e que esteja ao meu alcance. Minha militância deve ser de fortalecimento da direção e unidade partidária e estar em consonância com seu planejamento estratégico.

Por isso, peço àqueles dirigentes municipais que propuseram ou fizeram convites de debates nos municípios dirijam-se ao Presidente Pedro Eugênio para que minha participação no processo esteja consoante com o planejamento da direção partidária.

Informo que estou trabalhando dois meios de comunicação e debate. Meu blog
www.blogdojorgeperez.blogspot.com e twitter @jperezpt13.

Quem quiser acioná-los responderei com alegria.

Agradecendo mais uma vez todo o apoio e solidariedade recebidos, saúdo toda a militância do partido, seus dirigentes e lideranças.
Saudações PeTistas
JORGE PEREZ

SUGESTÕES SOBRE REFORMA POLÍTICA E MILITÂNCIA

1. Tem muita gente que cobra punição para os corruptos e ladrões denunciados, mas se recusa a trancar a porta do cofre e de casa. Vamos deixar de hipocrisia e lero lero. REFORMA POLÍTICA JÁ!

2. Cá entre nós: com uma Reforma Política democrática de verdade nem o PSDB/DEM/PPS/PSD fariam esse discurso fácil de denuncismo e nem o PMBD/evangélicos teriam a força política que possuem. Ambos os lados se alimentam e sobrevivem da falência das instituições políticas.

3. Eu sugiro que todos os que aqui: -- I) manifestam  desilução com o Governo Dilma e o PT; II) denunciam e ao mesmo tempo amplificam o denuncismo da direita e do PIG; e III) não confiam, com razão,  no desacreditado PMDB --pressionem o governo e o PT/PSB/PCdoB pela Reforma Política Ja!
4. Como é a Reforma Política? A reforma necessária é como dieta de nutricionista para gordos diabéticos: é preciso parar de comer os doces e picanhas das facilidade que o sistema político/parlamentar permite; susperder os carboidratos do financiamento privado nas eleições e passar a comer somente folhas e proteínas dos movimentos sociais.
Não é nada agradável inicialmente para as gostosas sensações que o açúcar e a gordura provovam na nossa mente. Porém, diminuiremos a glicose que corrói as instituições políticas, diminuiremos a sensação de cansaço do trabalho que nos desanima no combate à corrupção, andaremos mais e com mais vigor em busca das boas parcerias políticas para o desenvolvimento do país e diminuiremos o colesterol ruim(Globo,Veja, FSP, etc).
Agora, quem não quer sacrifício, recomendo um bom e caro plano de saúde para atender suas emergências (desilusões), diga que não se importa com a política (saúde alheia), e continue chorando e reclamando de tudo aqui. Um dia, quem sabe, você será cooptado pela verborréia de uma igreja evangélica dessas ou partido pseudo-radical que lhe prometem salvar sua consciência e garantir um lugar no céu.


Magdalena Gutierrez/Valor

 Pastor Demétrio Magnoli, um esquerdista bem estabelecido na direita da GLOBONEWS

sábado, 28 de maio de 2011

QUER RIR MUITO? NÃO DEIXE DE LER

Material extraído do blog de @mariolobato, http://mariolobato.blogspot.com





1 - Prosopopéia flácida para acalentar bovinos.
(Conversa mole pra boi dormir); 

2 - Colóquio sonolento para fazer bovino repousar.
(História pra boi dormir);

3 - Romper a face.
(Quebrar a cara);

4- Creditar o primata.
(Pagar o mico);

5 - Inflar o volume da bolsa escrotal.
(Encher o saco);

6 - Derrubar, com a extremidade do membro inferior, o sustentáculo de uma
das unidades de proteção solar do acampamento.
(Chutar o pau da barraca);

7 - Deglutir o batráquio.
(Engolir o sapo);

8 - Derrubar com intenções mortais.
(Cair matando);

9 -Aplicar a contravenção do João, deficiente físico de um dos membros
superiores.
(Dar uma de João sem braço);

10 -Sequer considerando a utilização de um longo pedaço de madeira.
(Nem a pau);

11 - Sequer considerando a possibilidade da fêmea bovina expirar fortes
contrações laringo-bucais.
(Nem que a vaca tussa);

12 - Sequer considerando a utilização de uma relação sexual.
(Nem fudendo);

13 - Derramar água pelo chão, através do tombamento violento e premeditado
de seu recipiente com a extremidade do membro inferior.
(Chutar o balde);

14 - Retirar o filhote de eqüino da perturbação pluviométrica.
(Tirar o cavalinho da chuva);

Essa última foi tirada do mais culto livro de palavras clássicas da língua
portuguesa:

15 - A bucéfalo de oferendas não perquiris formação ortodôntica!
(A cavalo dado não se olham os dentes!);


(E agora, para fechar com chave de ouro):


ADVERTÊNCIA PARA FINS DE SEMANA OU FERIADOS:

O orifício circular corrugado, localizado na parte ínfero-lombar da região
glútea de um indivíduo em alto grau etílico, deixa de estar em consonância
com os ditames referentes ao direito individual de propriedade.
(Cu de bêbado não tem dono)

domingo, 15 de maio de 2011

MEMÓRIA MÁGICA V: Os Dez Mandamentos - Lembranças da tela grande na infância.

Garoto de 8 anos, este filme deixou em mim marcas definitivas de luta pelo poder, pela liberdade, representação política, liderança e regras de convivência social. Claro que naquele momento a leitura não era tão explicita. Mas algumas cenas estimulavam o princípio desses pensamentos, como a transformação da agua do rio em sangue, a abertura das águas do mar para a travessia do povo escolhido por Deus, o sofrimento de Ramsés II ao colocar o filho morto no colo da estátua divina e a destruição do bezerro de ouro.

Acho que qualquer um, que tenha assisitido este filme na infância, foi, de alguma forma, influenciado e formado pelos seus valores políticos e morais. Transpor a mensagem do filme para o momento político da época, vésperas de março de 1964, era um exercício que não dependia de uma pré-consciência política. Vivenciar em casa um pai operário, mas conservador, de família cristã espanhola (quiça franquista) e uma mãe dona de casa, filha de um avô italiano, anarquista, cotidianamnete presente, porque dono e morador da casa onde vivíamos, provocava em mim uma confusão medonha com relação aos modos de vida de cada ramo da família. Felizmente segui o anarquismo do meu nono, inclusive porque estava mais junto de mim não somente fisicamente mas espiritualemente. O nono participava da construção material e social da minha infância, ajudando a constuir meus brinquedos como o carrinho de rolimã.

OS DEZ MANDAMENTOS e as lições do nono me fizeram acreditar que eu devia fazer minhas leis e não acreditar nem em tábuas divinas e nem em bezerros de ouro.

Ah uma última percepção. Na disputa entre o bem (Moisés) e o mal (Ramsés) preferia a imagem de Yul Bryner com aquela elegante roupa egípcia e sua careca impecável.

É claro que tudo isso é minha memória construida hoje, adulto, com 57 anos. Mas ela, a memória, hoje só é assim porque as sensações e emoções daquele período foram de uma determina maneira. Por isso que é MEMÓRIA MÁGICA.



sexta-feira, 13 de maio de 2011

BRASILEIRO QUER CRIAR CIDADE DO CÉREBRO


O neurocientista Miguel Nicolelis apresenta ideias sobre o empreendimento em livro que lança em junho no Brasil.
Nicolelis não precisa ser reconhecido por mais ninguém - e nem ganhar o Nobel no qual é listado como eterno candidato - para provar que é um dos cientistas brasileiro mais importante hoje. O paulistano da Bela Vista ganhou em 2010 um prêmio de mais de US$ 2,5 milhões (R$ 4,4 milhões) dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH, na sigla em inglês) que, distribuído ao longo de cinco anos, financiará sua pesquisa sobre a fusão entre homens e máquinas, cujos resultados vêm devolvendo a esperança para tetraplégicos e pacientes de Parkinson.
Há mais de 20 anos à frente de um laboratório na Universidade Duke, o neurocientista acaba de reunir suas ideias, teorias e descobertas em um livro publicado em março nos EUA e que chega em junho ao Brasil, pela Companhia das Letras, como Muito além do nosso eu - A nova neurociência que une cérebro e máquinas e como ela pode mudar nossas vidas.
Agora, ele se prepara para finalizar seus dois maiores projetos na vida: a construção de um polo de ciência em Macaíba, Natal, e a finalização de uma veste robótica que poderá fazer que tetraplégicos voltem a andar, usando só a força do pensamento. "É o que quero fazer com um adolescente brasileiro paralisado na abertura da Copa do Mundo de 2014. Não me interesso por prêmios. Esse sim é o meu maior sonho. Se tudo der certo, esse menino dará o pontapé inicial."
E, se tudo der certo, o Nobel também parece mais próximo. O cientista foi convidado para apresentar um simpósio em plena Fundação Nobel, em Estocolmo, na Suécia. Pela primeira vez, os comitês responsáveis pelas premiações nas áreas da Medicina, Química e Física se reuniram para organizar um evento multidisciplinar, cujo tema é justamente a fusão homem-robô, assunto do qual ele é a maior autoridade no mundo.
 ENTREVISTA
Quais foram as descobertas mais importantes da neurociência nos últimos 10 anos?
Primeiramente, ela possibilitou observar populações de células de uma dimensão que ninguém tinha visto ainda. No meu livro, separei dez princípios descobertos pela nova neurociência. Expe­rimentos nos últimos dez anos mostraram, por exemplo, que o processamento não é localizado, mas distribuído. Que os neurônios podem participar de vários circuitos simultaneamente. Que o sistema incorpora ferramentas artificiais como extensões do modelo do seu próprio corpo. O nosso corpo não termina no epitélio, mas se estende até o limite da ferramenta que a gente usa sobre o controle do cérebro. E uma série de outras descobertas mais técnicas e específicas, mas que em minha opinião formam o corpo de uma nova ciência do cérebro.
A resposta de um membro biônico já é similar à do corpo? Pode explicar como o órgão se adapta a uma estrutura externa?
Mesmo se você enviar o sinal para o Japão e esperar ele voltar é 20 milissegundos mais rápido do que o sinal que sai da cabeça e vai para o músculo do macaco. Mas, para que isso ocorra, o cérebro tem de ser retreinado. Esse é outro princípio, o da plasticidade, o cérebro pode se adaptar. Uma vez que você está usando um artefato robótico, artificial, o cérebro tem de remapear sua relação com ele. Nós medimos isso, pela primeira vez, em tempo real. Com isso, o que de­­monstramos foi a capacidade do corpo de se estender, a libertação dos limites físicos através do cérebro. A mente pode entrar em um diálogo bidirecional com outro dispositivo.
Quando isso poderá ser aplicado nas pessoas?
Nos próximos três anos e meio queremos fazer a demonstração do projeto Walk Again, um consórcio multinacional de pesquisadores de neurociência e robótica que está desenvolvendo uma estrutura robótica para fazer que tetraplégicos voltem a se movimentar com autonomia completa, apenas com a força do pensamento. Estamos concluindo a primeira fase, de­­monstrando que é possível extrair sinais de controle motor de todo o corpo. Já mostramos que isso é valido para os membros superiores e inferiores e agora podemos controlar o balanço e o equilíbrio, o que é fundamental para andar.
O primeiro protótipo do exoesqueleto já foi finalizado?
O exoesqueleto está sendo desenvolvido por um roboticista com o qual trabalho há muitos anos, Gordon Cheng. Está sendo finalizado agora, em Munique. Criamos uma versão que será controlada de forma autônoma por um macaco - o que ele pensar, a tecnologia reproduzirá. Será uma estrutura de corpo inteiro, muito similar à que estamos desenvolvendo para a aplicação clínica em pessoas. O controle do robô mistura os sinais dos pensamentos com reflexos robóticos. É como se fosse o corpo da gente, que tem comandos central e local. Ele é movimentado por motores hidráulicos. É feito de um material muito leve, que, apesar de resistente, pode ser dobrado.
Que tecnologias podem surgir a partir do seu trabalho?
O aprimoramento da nanomedicina, por exemplo. Será possível fazer intervenções dentro da célula, retirar uma única célula cancerígena. Teoricamente, com a nossa tecnologia, no futuro, o operador poderia controlar essa ferramenta diretamente pela mente. Também seria possível controlar um foguete com a força do pensamento, ou mesmo um avatar.
Isso não é ficção?
A prova de que isso não é ficção é que a maioria das grandes empresas de tecnologia do mundo já têm departamentos dedicados a estudar o impacto da tecnologia no cérebro e o desenvolvimento de interfaces entre a mente e os computadores. Google, Microsoft, Intel e IBM já têm essas divisões, o que é uma coisa inédita. Eu mesmo já fui palestrar no Google três vezes.
O cérebro humano pode ser simulado por um computador?
Nunca. Não há como reduzir a nossa mente, que é o produto de uma infinidade de eventos aleatórios, a um simples algoritmo. Existe um conceito, de numero ômega, que é o número mais aleatório que se pode criar. O processo evolutivo humano é exatamente isso.
Como você vê o modelo de investimento científico nos Estados Unidos e no Brasil?
Os EUA estão em uma crise séria de pesquisa, estão tendo um êxodo enorme. Ainda colocam uma quantidade enorme de dinheiro em ciência, mas o parque científico deles é muito grande. Para sustentar isso, mais de US$ 250 bilhões por ano, cerca de US$ 500 bilhões contando empresas privadas. O Brasil investe US$ 4 milhões. Quando eu falo que quero criar a Cidade do Cérebro em Natal, poucas pessoas me entendem. Mas existe algo bem previsível: alguém vai ter o primeiro parque neurotecnológico do mundo. E acredito que pode ser o Brasil. É o momento ideal para o Brasil se tornar um País que produz tecnologia de ponta, não dá só para ficar copiando o que os outros fazem. A nossa ciência precisa ser mais inovadora. O Brasil nunca pôde praticar a inovação. Quando conseguiu, se deu bem: Embraer, Petrobras, Vale do Rio Doce. Mas um dia o minério de ferro vai acabar, precisamos produzir conhecimento. Temos de ensinar as crianças, desde bem cedo, a pensar criativamente.

Por Cláudia Stefani
(Gazeta do Povo - PR)

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Escola de Formação Política online dá novos passos rumo à concretização

A Escola Nacional de Formação (ENF) do PT reuniu na sede da Fundação Perseu Abramo, em 07 de maio, diretores e conselheiros da Escola, especialistas em educação online de diferentes universidades e a atual equipe de formação para avançar nas linhas de trabalho e propostas para as ações formativas do Partido dos Trabalhadores. Devendo contar com um portal próprio e com uma plataforma de ensino online, a ENF busca atingir o maior número possível de militantes, dirigentes e simpatizantes do partido, unindo novas ferramentas de comunicação e atividades presenciais.
Partindo de uma concepção de construção coletiva do conhecimento e entendendo, com a participação dos formandos, os novos desafios que se apresentam para a mobilização e para a construção de políticas, a Escola atenderá aos filiados e aos que ingressam no Partido, estimulando a produção de ideias e conteúdos e o conhecimento da história de construção das resoluções partidárias e as ações na sociedade. Para alcançar o universo petista em sua enorme diversidade, a ENF contará com estratégias de comunicação e integração, usando diferentes mídias, linguagens e abordagens de ensino. Sem deixar de lado a perspectiva de expansão da banda larga no Brasil e o desenvolvimento de novas tecnologias de formação, a Escola oferecerá conteúdos formativos em formato impresso e audiovisual, em formações presenciais e online.
Utilizando-se dos acervos de conteúdos construídos pelo Partido dos Trabalhadores e pela Fundação Perseu Abramo, o Portal da ENF possibilitará a criação e integração de uma rede de gestores e formadores, com a manutenção de fóruns que estimulem a articulação entre os usuários. Um esforço que, ao sedimentar novos espaços de mobilização, troca de experiências e construção do modo petista, abrirá novos canais de participação coletiva, incentivando a expansão da formação em todo o país.
O projeto de implantação do portal e da educação continuada online deverá estar concluído em poucos meses e será amplamente divulgado.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

JOVEM PRIORIZA FORMAÇÃO E ADIA ENTRADA NO MERCADO

Expansão da renda e competitividade seguram adolescentes na sala de aula

Cresce o número de jovens que só estudam; educação ainda precisa melhorar no país, aponta especialista



Apu Gomes/Folhapress

Mauro Alves, 40, e sua filha, a estudante de design Loreny, 17, na marcenaria da família

MARIANA SCHREIBER
DE SÃO PAULO


Os jovens de 15 a 17 anos estão estudando mais e trabalhando menos. A proporção desses adolescentes ocupados ou buscando emprego caiu 27%, em oito anos, nas seis regiões metropolitanas pesquisadas pelo IBGE.
Nem mesmo o forte aumento de salários e vagas em 2010, com a economia crescendo 7,5%, bastou para atraí-los para o mercado.
A faixa etária corresponde a 18,9% da população economicamente ativa em 2010, a menor taxa média já apurada nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio, Belo Horizonte, Recife, Salvador e Porto Alegre. Em 2003, quando o IBGE iniciou o levantamento, eram 26%.
Para especialistas, a principal causa da mudança é a valorização da educação num ambiente profissional cada vez mais competitivo. E a expansão da renda nos últimos anos permite que os pais sustentem os filhos por mais tempo, adiando sua entrada no mercado e possibilitando sua permanência na escola.
Políticas públicas como o Bolsa Família, que exige que os beneficiários estudem, e a progressão continuada, que evita a repetência escolar, também estimulam crianças e jovens a ficar por mais tempo na sala de aula.

SÓ ESTUDAM
Outra pesquisa do IBGE mostra que o percentual de jovens que estudam e não trabalham subiu de 39% em 1992 para 65% em 2009.
"A melhora da renda familiar ajuda a explicar, mas a percepção da importância e dos retornos da educação é mais relevante", diz o economista Jorge Arbache, da Universidade de Brasília. "As famílias fazem mais esforço para manter a meninada nas escolas porque entendem que vale a pena estudar mais."
Para o coordenador do Centro de Políticas Públicas do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), Naercio Menezes, falta mão de obra qualificada. Nesse cenário, é mais interessante para o jovem sem experiência estudar mais e buscar um emprego melhor no futuro.
"Mesmo com o mercado de trabalho aquecido, as pessoas estão preferindo permanecer na escola", afirma. "Elas estão fazendo um cálculo de que vale mais a pena estudar do que adquirir experiência profissional desde cedo", completa ele.
O governo lançou, no fim de abril, o Pronatec, programa de qualificação profissional cuja meta é oferecer 8 milhões de vagas até 2014 em cursos técnicos.
Arbache elogia a iniciativa, mas lembra que a qualidade do ensino precisa melhorar em relação aos competidores do país: "O jovem brasileiro está disputando emprego com o jovem da Malásia. Lá na frente, isso é que acontece".
A transformação no perfil do mercado de trabalho brasileiro não se dá apenas entre os mais jovens: em abril, levantamento feito pela Folha a partir de dados do IBGE mostrou que o número de pessoas ocupadas acima de 50 anos subiu 56,1% de 2003 ao primeiro trimestre de 2011. 






Fenômeno reduz taxa de desemprego

DE SÃO PAULO

A saída dos jovens do mercado de trabalho para a escola contribui para reduzir a taxa de desemprego do Brasil.
Apesar de o percentual de desocupados com idade entre 15 e 17 anos ter caído de 37% em março de 2002 para 25% em março deste ano, a taxa continua sendo a mais alta de toda a população. A taxa de desemprego média do país hoje é 6,5%.
Quando os jovens deixam de buscar emprego, eles saem da estatística de desocupação e reduzem a pressão sobre a taxa nacional.
O economista Naercio Menezes, do Insper, afirma que a troca do trabalho pelo estudo é boa para eles, que vão ganhar salários maiores.
Ele destaca que os indicadores de ensino mostram desempenho melhor dos alunos que se dedicam apenas aos estudos do que daqueles que também trabalham.
Loreny Alves, 17, sabe disso. Seu pai, Mauro, que parou de estudar aos dez anos para trabalhar como pedreiro, é dono de uma marcenaria e banca sua qualificação.
A jovem estuda espanhol, faz curso técnico de design e está concluindo o Ensino Médio numa escola particular. No tempo livre, estuda para o vestibular de arquitetura.
"Não tenho tempo para trabalhar. Quero fazer faculdade, estagiar e ter meu próprio escritório", diz.
(MS)

Publicado na Folha de São Paulo de 09.05.11