terça-feira, 8 de novembro de 2011

FOLHA, ESTADO, VEJA E TELEVISÕES MINIMIZAM ESCÂNDALOS EM SÃO PAULO




No último dia 12 de outubro, este blog cobriu ato público “contra a corrupção” que começou no Museu de Arte de São Paulo (Masp), na avenida Paulista, e terminou no “Centro Velho” da cidade, na praça Ramos de Azevedo, diante do Teatro Municipal de São Paulo. A matéria reproduziu respostas a um questionário que esta página apresentou aos manifestantes. Aquele questionário foi elaborado de forma a identificar possível viés político-partidário e ideológico nos integrantes da manifestação.
Das 27 entrevistas feitas com os manifestantes, 26 apontaram forte viés político-partidário, deixando ver que o que ocorria ali era produto de campanha de partidos e entidades de oposição ao governo federal. Dessas 26 entrevistas que apuraram esse fato, sete se estenderam em breves conversas entre o entrevistador e os entrevistados. Só não foram relatadas antes porque o blog esperou pelo contato com fonte da Assembléia Legislativa que só ocorreu na semana passada.
Naquelas conversas com os manifestantes “contra a corrupção”, eles foram perguntados sobre se também estavam protestando contra o escândalo das emendas parlamentares na Assembléia Legislativa de São Paulo. Apesar de o entrevistador ter percebido que um dos entrevistados se fez de desentendido, os outros seis pareceram sinceros ao declararem que não sabiam de nada sobre esse escândalo, o que pode ser explicado pela discretíssima e rara cobertura do assunto pela imprensa.
Para quem não sabe, aliás, explica-se que há três meses o deputado estadual Roque Barbiere (PTB-SP) denunciou que ao menos “um terço” dos deputados estaduais paulistas “venderiam” a “prefeitos e empresas privadas” as emendas parlamentares ao Orçamento que os governos tucanos do Estado há muito distribuem a aliados e até a um pequeno contingente de deputados “de oposição” que fontes da AL informaram ao blog (na semana passada) que são tão governistas quanto os deputados assumidamente da base do governo.
Por conta disso, a base de apoio do governo Alckmin na AL-SP está conseguindo enterrar mais esse escândalo. Na última quinta-feira, os deputados governistas conseguiram derrubar, por seis votos a dois, o funcionamento do Conselho de Ética. Segundo um funcionário da AL (que preferiu não se identificar) ouvido pelo blog no último sábado, sem uma divulgação da imprensa igual à que é feita em relação a ministros do governo Dilma investigação relevante e profunda alguma ocorrerá, como nenhuma ocorre há muito tempo em São Paulo.
A explicação que esses veículos dão em off (através de alguns de seus jornalistas que freqüentam redes sociais como Twitter ou Facebook e entram em debates com quem questiona a omissão da imprensa nos escândalos tucanos) é a de que são escândalos “regionais” e que, por isso, receberiam cobertura tão “diferenciada”, um claro eufemismo para cobertura omissa porque, a bem dos fatos, não há, em relação ao PSDB, o jornalismo “investigativo” que chega a tentar invadir domicílios em busca de “provas” contra pessoas ligadas ao governo federal.
A cobertura e fiscalização pífias da imprensa em relação ao comportamento da oposição ao governo Dilma nos Estados em que essa oposição é governo – como em São Paulo ou em Minas Gerais – se dá sob o argumento de que seriam assuntos “regionais”. Todavia, tal falácia pode ser facimente desmontada meramente lembrando o que era feito pela imprensa quando a petista Marta Suplicy ou a ex-petista Luiza Erundina governaram a capital paulista. Então, críticas e denúncias ganhavam manchetes quase diárias nos jornais supracitados e nos telejornais de alcance nacional.
A imprensa, por essa razão, não investiga o escândalo das emendas parlamentares em São Paulo, um escândalo que lança suspeitas sobre os governos tucanos que se encastelaram no poder desse Estado há quase vinte anos, suspeitas comparáveis às que desencadearam o escândalo do mensalão federal porque insinuam que os governos tucanos paulistas subornam deputados para obterem deles favores em votações na Assembléia Legislativa.
À diferença das matérias investigativas que veículos como Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e a revista Veja passaram a fazer todos os meses contra o governo federal desde o começo do governo Lula e que neste ano ganharam uma intensidade nunca vista em anos anteriores, com trabalhos de investigação se sobrepondo em várias frentes simultâneas, nenhuma das matérias sobre o governo de São Paulo, na última década, partiu da imprensa brasileira, mas, sim, da repercussão de denúncias antigas que circulam entre os aliados do governo federal ou da repercussão de investigações no exterior.
O caso Alstom é um exemplo. Contém denúncias sobre propina que teria sido paga pela empresa francesa Alstom a vários políticos do PSDB, entre eles o ex-governador Mario Covas, já falecido, e o atual governador de São Paulo, Geraldo Alkmin. As raras matérias que saíram na imprensa brasileira foram “chupadas” da mídia internacional, de veículos como Wall Street Journal e Der Spiegel, entre outros. A imprensa brasileira mesma, não investiga nada sobre esse caso.
Todavia, é um caso gravíssimo. Trata-se de escândalo que envolve muitos milhões de dólares e que tem alcance internacional. Fora do Brasil, as notícias correm soltas.  O assunto é tão sério que está sendo investigado pelo ministério público da Suíça, onde estão arrolados os nomes dos políticos tucanos aqui citados e de outros brasileiros envolvidos.
De acordo com o que consta em documentos enviados ao Ministério da Justiça do Brasil pelo ministério público da Suíça, no período que vai de 1998 a 2001 pelo menos 34 milhões de francos franceses teriam sido pagos em propinas a autoridades do governo do Estado de São Paulo através de empresas offshore (empresas criadas em paraísos fiscais, onde gozam de sigilo de suas contas bancárias que dificulta investigações).
Segundo o ministério público suíço, os pagamentos teriam sido feitos utilizando-se do esquema de contratos de “consultoria de fachada”. O valor das “comissões” supostamente pagas pela Alstom em troca da assinatura de contratos pelo governo de São Paulo chegaria a aproximadamente R$ 13,5 milhões. Segundo o Ministério Público da Suíça, pelo cruzamento de informações esses trabalhos de “consultoria” foram considerados como sendo fictícios.
No período de negociação e da assinatura dos contratos de consultoria estava à frente da Secretaria de Energia de São Paulo o então genro do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, David Zylbersztajn, que deixou o cargo em janeiro de 1998 ao assumir a direção geral da Agência Nacional do Petróleo. O atual secretário de Coordenação das Subprefeituras da cidade de São Paulo, Andrea Matarazzo, que ocupou a secretaria por alguns meses, e o atual secretário estadual dos Transportes, Mauro Arce, também estão envolvidos.
Para que se tenha uma idéia da enormidade do caso e para que se possa mensurar a enormidade da minimização que a imprensa brasileira faz dele, o TCE (Tribunal de Contas do Estado) julgou irregular uma compra de 12 trens da Alstom no valor de R$ 223,5 milhões feita sem licitação pela CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos), empresa do governo de São Paulo. O contrato foi assinado em 28 de dezembro de 2005, no governo de Geraldo Alckmin.
Pergunta: você se lembra, leitor, de quando foi a última vez que recebeu uma única notícia da grande imprensa sobre esse caso?
O caso Alstom é apenas um dos muitos casos de corrupção que pesam sobre o partido que há quase duas décadas governa o segundo orçamento da União, o de São Paulo, que, como se sabe, é maior do que os orçamentos da maioria dos países da América Latina. Imagine o leitor o que faria a imprensa brasileira se houvesse um escândalo internacional contra o PT.
A imprensa daria ajuda inestimável ao ministério público suíço usando contra o PSDB esse “jornalismo investigativo” que descobre “provas” contra petistas e aliados toda semana. Contudo, é escandaloso o total desinteresse da imprensa brasileira sobre qualquer pedido de CPI entre as dezenas deles que hibernam nas gavetas da Assembléia Legislativa de São Paulo, que, agora se sabe, vem sendo banhada pelos impostos dos paulistas que acabam escorrendo para o setor privado através de nada mais, nada menos do que… ONGs.
É possível concluir, então, que a única forma de os governos federal, estadual e municipal serem fiscalizados pela imprensa é sendo governos petistas, pois só estes são alvos de investigação da imprensa. Essas campanhas “jornalísticas” contra ministros, com manchetes de capa e de primeira página tomando os telejornais todos os dias e com a Justiça sendo célere, só ocorrem desse jeito. Votar no PSDB, portanto, significa conceder a políticos uma espécie de licença para roubar sob as barbas da imprensa e da Justiça.




texto assinado por:
@eduguim
Eduardo Guimarães
www.blogcidadania.com.br
06.11.2011

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

NA FALTA DE ARGUMENTOS O PSB PARTE PARA A AGRESSÃO





Recife, 10 de outubro de 2011.
Meu caro Adilson Gomes

Considero a política uma atividade livre da sociedade e a democracia garante a qualquer cidadão dela participar e emitir suas opiniões. Assim, não preciso de carteira assinada pelo governador, senador, deputado federal, estadual, prefeito ou vereador para participar, discutir e organizar a política na cidade em que vivo. Nunca precisei. Sempre me sustentei com meu trabalho de funcionário concursado do Banco do Brasil, do qual hoje sou aposentado com muito orgulho.  Só nas ditaduras é preciso haver permissão, através da carteira assinada (emprego) do governante para exprimir idéias e análises políticas.

Não quero e nem pretendo dar aulas de política a ninguém. Não sou autoridade e muito menos autoritário no assunto. Mas se quisermos fazer análises de fatos históricos é preciso questionar: em 2002 o meu partido apoiou o vitorioso Lula para Presidente da República. Naquela época o PSB lançou à Presidência o carioca Garotinho. Não precisa ser professor de política pra se pensar o que teria acontecido a Pernambuco e ao Brasil se, em vez de Lula, tivesse sido o candidato do PSB eleito.  Entre outras coisas, muito provavelmente Eduardo Campos não seria governador do estado que mais cresce no país.

E mais, na minha opinião o PSB, que participou e participa da coalizão governamental nacional encabeçada pelo PT, não deveria se aliar aos oposicionistas Sergio Guerra de Pernambuco, Aécio Neves de Minas Gerais, Kassab de São Paulo e Raimundo Colombo de Santa Catarina. A imprensa do sul constantemente divulga reuniões do governador Eduardo Campos com o governador Raimundo Colombo de Santa Catarina, cria de Jorge Bornhausen. Aliás, recentemente, fruto destas discussões com o governador de Santa Catarina, o PSB daquele estado foi entregue a uma pessoa ligada a Bornhausen. Estas ações do PSB são um direito da liberdade política existente no pais, mas não me peça para concordar com isso. Não precisa ser doutor em política para saber o que significa estas articulações do PSB a nível nacional. Aliás, estas movimentações do PSB foram preocupante tema no recente Congresso Nacional do Partido dos Trabalhadores.

Por fim, queria lhe dizer que uma das coisas mais importantes que fiz para Pernambuco foi ter apoiado Lula em 2002. Antes disso, também acredito que agi corretamente ao combater a entrega que Eduardo Campos fez, quando Secretário da Fazenda no último governo Arraes, da direção do Bandepe a representantes do Banco Central privatista de Fernando Henrique Cardoso. Todo mundo sabe o mal que se fez ao estado a privatização do Bandepe. Na época eu era presidente do Sindicato dos Bancários de Pernambuco. Também imagino que fiz um bom trabalho ao combater a política de FHC/Jarbas Vasconcelos de destruir a assistência à saúde dos servidores públicos estaduais. Como presidente da CUT, coordenei o Fórum dos Servidores que elaborou a proposta do Sassepe e, com muita luta, instituimos esta entidade no governo Jarbas. Pernambuco é um dos únicos estados em que os servidores públicos não foram jogados nas mãos de um dos planos privados de saúde que tanto exploram a população brasileira. Quase um milhão de pernambucanos, servidores e seus familiares, tem a proteção à saúde minimamente garantida graças a esta conquista que ajudei a construir.

Adilson, como democrata respeito suas opiniões mas não vou me submeter a um debate rasteiro que você propõe. Como cidadão livre continuarei a expor minhas opiniões e, quando necessário, terei a dignidade de divergir daquilo que não concordo, sem precisar dizer amém a ninguém, a não ser a minha consciência que não está a venda por um emprego.

O PT de Pernambuco tem vontade de crescer e isto é um direito democrático. Pode ser que por conta dessa vontade o PSB se incomode, mas é o povo quem deve escolher seus governantes soberanamente. Não se preocupe. Não defendo a quebra da aliança com o PSB, mas não concordarei que se use esta aliança para fazer um jogo anti-petista.

Lamento sua postura rasteira neste debate político ao tentar me desqualificar. Sempre tive em conta você como um bom debatedor, vejo que me enganei.

Cordial abraço, 
Jorge Perez

Para entendimento de quem não acompanhou ou não conheceu a carta de Adilson Gomes, dirigente do PSB, publico abaixo matéria divulgada no BlogdaFolha, jornal Folha de Pernambuco.


Postado por Valdecarlos Alves  | Dom, 09 de Outubro de 2011 20:25
PT X PSB  ImprimirEmail
O clima azedou de vez. Dirigente do PSB em Pernambuco manda Jorge Perez 'arrumar trabalho e fazer algo útil pelo Estado'

O clima na Frente Popular de Pernambuco parece que azeda a cada instante. Não bastasse o clima de guerra entre socialistas e petistas em meio ao troca-troca partidário nos últimos dias, neste domingo, o secretário Geral do PSB de Pernambuco, Adilson Gomes, rebateu fortemente o ex-presidente estadual do PT, Jorge Perez. Em nota enviada à Imprensa, o dirigente pergunta: "Quem é esse Jorge Perez para querer dar aula de política aqui em Pernambuco? De onde foi que ele saiu? O que foi que ele já fez de útil pela sociedade ou até mesmo para as forças progressistas do Estado?

O socialista vai além e diz: "Alguém tem que dizer para esse rapaz para ele arrumar um trabalho e fazer algo que se aproveite." O contra-ataque de Adilson Gomes, é uma resposta às declarações do petista publicadas em entrevista no Jornal do Commercio deste domingo (09).

Para Adilson Gomes, Jorge Perez usa as intrigas internas dele dentro do PT para tentar desagregar a Frente Popular. "Uma coisa é a briga dele com Humberto Costa, outra muito diferente são as posições assumidas pelo PT e PSB, partidos que têm uma história de convergência sobre questões maiores que nenhuma disputa municipal pode atrapalhar, que dirá fofocas criadas por uma figura menor como esse Jorge Perez", disse.

O dirigente socialista adiantou que PT, PDT, PSB e os demais partidos da Frente Popular sabem quais são as questões realmente em disputa. E que a montagem de palanques é coisa que se resolve colocando nomes e propostas em debate. "A Frente do Recife foi construída por Arraes e Pelópidas nos anos 50. E ela sobreviveu durante todo esse tempo porque fala pelo povo do Recife e constrói entendimentos amplos", explicou Adilson.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

DEPUTADO JOÃO PAULO(PT-PE) DECIDE FICAR NO PARTIDO




João Paulo decidiu ficar no PT. Podemos dizer que é uma decisão histórica. Por vários motivos. Ela reafirma que a política não pode estar submetida a brigas pessoais, como a que aconteceu entre os dois Joãos, e que os projetos pessoais, muita vezes legítimos, no PT precisam ser referendados pelo partido. Ela mantém João Paulo no curso da trajetória política que marcou sua vida, sua  militância e sua posição de esquerda, diferente do que aconteceu com muitos outros que deixaram o PT, e que, por uma via ou outra, negaram suas histórias. Reafirma para a sociedade que o PT é um partido diferente sim, e que as contradições e divergências internas podem conviver se o projeto político de sociedade comum for o principal elemento para militar no partido. Reforça o papel da direção partidária que desde o início das discussões em nenhum momento vacilou na sua posição de que era fundamental João Paulo continuar no partido. Negou todo o esforço de alguns que, aparentando “defender” João Paulo, queriam sim  era desestabilizar o partido e a sucessão municipal do Recife, e agora certamente irão criticar a decisão tomada.
Neste momento em que as fronteiras e constituições de partidos são muito tênues e artificiais, a postura de João Paulo dá um exemplo que valoriza a atividade política partidária.

É verdade que esta polêmica toda poderia ter sido evitada, mas ao final ela serviu para reforçar o que nós, do COLETIVO PT MILITANTE, estamos afirmando: é preciso  FORTALECER O PROJETO ESTRATÉGICO DO PT, e a decisão de João Paulo vai nesta direção. Parabéns João Paulo, nos não temos a genética do PSD e outros.

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

LULA EM PARIS: IMPRENSA SABUJA DÁ VEXAME




Por que Lula e não Fernando Henrique Cardoso, seu antecessor, para receber uma homenagem da instituição?

Começa assim, acreditem, com esta pergunta indecorosa, a entrevista de Deborah Berlinck, correspondente de "O Globo" em Paris, com Richard Descoings, diretor do Instituto de Estudos Políticos de Paris, o Sciences- Po, que entregou o título de Doutor Honoris Causa ao ex-presidente Lula, na tarde desta terça-feira.

Resposta de Descoings:
"O antigo presidente merecia e, como universitário, era considerado um grande acadêmico (...) O presidente Lula fez uma carreira política de alto nível, que mudou muito o país e, radicalmente, mudou a imagem do Brasil no mundo. O Brasil se tornou uma potência emergente sob Lula, e ele não tem estudo superior. Isso nos pareceu totalmente em linha com a nossa política atual no Sciences- Po, a de que o mérito pessoal não deve vir somente do diploma universitário. Na França, temos uma sociedade de castas. E o que distingue a casta é o diploma. O presidente Lula demonstrou que é possível ser um bom presidente, sem passar pela universidade".

A entrevista completa de Berlinck com Descoings foi publicada no portal de "O Globo" às 22h56 do dia 22/9. Mas a história completa do vexame que a imprensa nativa sabuja deu estes dias, inconformada por Lula ter sido o primeiro latino-americano a receber este título, que só foi outorgado a 16 personalidades mundiais em 140 anos de história da instituição, foi contada por um jornalista argentino, Martin Granovsky, no jornal Página 12.

Tomei emprestada de Mino Carta a expressão imprensa sabuja porque é a que melhor qualifica o que aconteceu na cobertura do sétimo e mais importante título de Doutor Honoris Causa que Lula recebeu este ano. Sabujo, segundo as definições encontradas no Dicionário Informal, significa servil, bajulador, adulador, baba-ovo, lambe-cu, lambe-botas, capacho.

Sob o título "Escravocratas contra Lula", Granovsky relata o que aconteceu durante uma exposição feita na véspera pelo diretor Richard Descoings para explicar as razões da iniciativa do Science- Po de entregar o título ao ex-presidente brasileiro.

"Naturalmente, para escutar Descoings, foram chamados vários colegas brasileiros. O professor Descoings quis ser amável e didático (...). Um dos colegas perguntou se era o caso de se premiar a quem se orgulhava de nunca ter lido um livro. O professor manteve sua calma e deu um olhar de assombrado(...).

"Por que premiam a um presidente que tolerou a corrupção", foi a pergunta seguinte. O professor sorriu e disse: "Veja, Sciences Po não é a Igreja Católica. Não entra em análises morais, nem tira conclusões apressadas. Deixa para o julgamento da História este assunto e outros muito importantes, como a eletrificação das favelas em todo o Brasil e as políticas sociais" (...). Não desculpamos, nem julgamos. Simplesmente, não damos lições de moral a outros países.

"Outro colega brasileiro perguntou, com ironia, se o Honoris Causa de Lula era parte da ação afirmativa do Sciences Po. Descoings o observou com atenção, antes de responder. "As elites não são apenas escolares ou sociais, disse. "Os que avaliam quem são os melhores, também. Caso contrário, estaríamos diante de um caso de elitismo social. Lula é um torneiro-mecânico que chegou à presidência, mas pelo que entendi foi votado por milhões de brasileiros em eleições democráticas".

No final do artigo, o jornalista argentino Martin Granovsky escreve para vergonha dos jornalistas brasileiros:
"Em meio a esta discussão, Lula chegará à França. Convém que saiba que, antes de receber o doutorado Honoris Causa da Sciences Po, deve pedir desculpas aos elitistas de seu país. Um trabalhador metalúrgico não pode ser presidente. Se por alguma casualidade chegou ao Planalto, agora deveria exercer o recato. No Brasil, a Casa Grande das fazendas estava reservada aos proprietários de terra e escravos. Assim, Lula, silêncio por favor. Os da Casa Grande estão irritados".

Desde que Lula passou o cargo de presidente da República para Dilma Rousseff há nove meses, a nossa grande imprensa tenta jogar um contra o outro e procura detonar a imagem do seu governo, que chegou ao final dos oito anos com índices de aprovação acima de 80%.

Como até agora não conseguiram uma coisa nem outra, tentam apagar Lula do mapa. O melhor exemplo foi dado hoje pelo maior jornal do país, a "Folha de S. Paulo", que não encontrou espaço na sua edição de 74 páginas para publicar uma mísera linha sobre o importante título outorgado a Lula pelo Instituto de Estudos Políticos de Paris.

Em compensação, encontrou espaço para publicar uma simpática foto de Marina Silva ao lado de Fernando Henrique Cardoso, em importante evento do instituto do mesmo nome, com este texto-legenda:
"AFAGOS - FHC e Marina em debate sobre Código Florestal no instituto do ex-presidente; o tucano creditou ao fascínio que Marina gera o fato de o auditório estar lotado".

Assim como decisões da Justiça, criterios editoriais não se discute, claro.
Enquanto isso, em Paris, segundo relato publicado no portal de "O Globo" pela correspondente Deborah Berlinck, às 16h37, ficamos sabendo que:
"O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi recebido com festa no Instituto de Estudos Políticos de Paris - o Sciences- Po _, na França, para receber mais um título de doutor honoris causa, nesta terça-feira. Tratado como uma estrela desde sua entrada na instituição, ele foi cercado por estudantes e, aos gritos, foi saudado. Antes de chegar à sala de homenagem, em um corredor, Lula ouviu, dos franceses, a música de Geraldo Vandré, "para não dizer que eu não falei das flores.

"A sala do instituto onde ocorreu a cerimônia tinha capacidade para 500 pessoas, mas muitos estudantes ficaram do lado de fora. O diretor da universidade, Richard Descoings, abriu a cerimônia explicando que a escolha do ex-presidente tinha sido feita por unanimidade".

Em seu discurso de agradecimento, Lula disse:
"Embora eu tenha sido o único governante do Brasil que não tinha diploma universitário, já sou o presidente que mais fez universidades na história do Brasil, e isso possivelmente porque eu quisesse que parte dos filhos dos brasileiros tivesse a oportunidade que eu não tive".

Para certos brasileiros, certamente deve ser duro ouvir estas coisas. É melhor nem ficar sabendo.

Ricardo Kotscho
Blog do Ricardo Kotscho

domingo, 25 de setembro de 2011

UMA BRISA SOPROU NO PT DE PERNAMBUCO


COLETIVO PT MILITANTE é o nome do novo agrupamento formado no PT de Pernambuco. Mantendo a integração com a CNB Nacional, 100 militantes, dirigentes, parlamentares e executivos, representando diversas regiões do estado, decidiram por consenso o nome e estrutura do agrupamento. O Seminário teve a apresentação dos temas a) história da formação do agrupamento, feita por Jorge Perez, e b) Resoluções do IV Congresso Nacional do PT, por Tereza Leitão. Foram discutidas ainda campanha de filiação, organização dos setoriais do partido e eleições 2012. Ao final do Seminário foi eleita uma coordenação composta dos seguintes companheiros(as): Beatriz Gomes, Horácio Reis, Glaucus Lima, Jorge Perez, Paulo Valença e Tereza Leitão. O Seminário do COLETIVO realizou-se no dia 24/09, no auditório do SINDPD. O documento FORTALECER O PROJETO ESTRATÉGICO DO PT, lançado no final de agosto com 113 assinaturas, que deu origem ao COLETIVO, ja conta com a adesão de mais de 200 militantes.