FORTALECER O PROJETO ESTRATÉGICO DO PT
"A vocação transformadora de um partido político
é inseparável do esforço permanente para aperfeiçoar
a capacidade teórica e prática de seus militantes"
(extraído do caderno de formação do PT)
"A vocação transformadora de um partido político
é inseparável do esforço permanente para aperfeiçoar
a capacidade teórica e prática de seus militantes"
(extraído do caderno de formação do PT)
O Partido dos Trabalhadores nasceu das lutas populares e definiu-se como um partido classista, de organização autônoma e independente, plural e de base. Tornou-se a grande novidade na política brasileira, rompendo com os velhos esquemas de partidos dominados pelas oligarquias e introduzindo na cultura política o interesse pelos valores éticos, transparentes e democráticos, trazendo para mais próximo de nós o caminho da conquista de uma sociedade com justiça, solidariedade, democracia e igualdade, uma sociedade socialista.
Fincado nesses alicerces e com as raízes nos movimentos sociais e sindicais, o Partido dos Trabalhadores, desde o seu nascimento até os dias de hoje, tornou-se a voz do povo. Exerceu esse papel no combate à ditadura, na constituinte e na resistência à política neoliberal.
Nos últimos dez anos o PT situa-se no cenário político como uma alternativa real de poder e no exercício da política aprendeu que em uma sociedade plural como a brasileira, para governar, é preciso desenvolver a prática de fazer alianças, entendendo que aliança política se faz com programa, com transparência e sem adesismo. Como resultado de seu protagonismo, nos seus 31 anos, o PT conquistou um lugar privilegiado junto à população brasileira e é a maior referência de esquerda no cenário internacional.
No exercício do poder o Partido dos Trabalhadores implantou na administração pública o modo petista de governar, transferindo para o Estado as políticas concebidas nos fóruns de debates populares vivenciados junto com a sua valorosa militância, cuja maior referência encontra-se no Governo do Companheiro LULA, estrondosamente aprovado pela população brasileira.
As mudanças sociais se deram efetivamente com a implementação das políticas de distribuição de renda, de emprego, de combate à pobreza e à fome, do aumento do salário mínimo, da construção de casas populares, do ProUni, do Programa Luz para Todos, do enfrentamento aos preconceitos, de avanços na educação, na saúde e na agricultura familiar, de ações afirmativas em favor das mulheres, dos negros e negras e as ações pela consolidação dos direitos humanos.
Essas mudanças que transformaram a imagem do Brasil no exterior e influenciaram positivamente na qualidade de vida das pessoas, são frutos das políticas sociais e de investimentos na infraestrutura do país, e sobretudo pela política de fortalecimento do papel do Estado com a interrupção do processo de privatização e de desqualificação dos serviços e dos servidores/as públicos/as, rompendo com os pilares da doutrina neoliberal e implantando o Estado democrático- popular que tem um relevante papel na promoção dos direitos de cidadania.
O projeto político do PT vive uma nova fase com a eleição de Dilma, após oito anos do bem-sucedido governo Lula. É hora de aprofundar as mudanças, aperfeiçoar as medidas, avançar na consolidação da democracia e da inclusão social.
Hoje, passamos por um novo período dos velhos ataques e das insistentes tentativas da oposição de gerar, ainda que artificialmente, uma crise política no governo, semeando um clima de instabilidade. A crise econômica mundial certamente repercute no Brasil e o PT tem papel destacado no governo para implementar medidas de enfrentamento e superação.
Nesse momento é preciso manter o partido organizado, estreitar a relação com os movimentos sociais, mobilizar os seus mandatários, militantes e dirigentes para numa ação articulada, garantir o apoio e a sustentabilidade política à Presidenta Dilma, preservar os avanços já estabelecidos e a credibilidade do partido perante a sociedade.
Queremos avançar em um contexto político em que, ao mesmo tempo, é preciso derrotar a direita e nos fortalecer diante dos aliados. Aqui em Pernambuco isso é evidente. Para ajudar na sustentação do governo Dilma e reforçar a construção do nosso projeto, o PT precisa se movimentar em duas direções que se complementam: a) crescer na presença institucional em 2012, nas prefeituras e câmaras municipais; b) fortalecer sua autonomia e papel político, ocupando seu espaço na aliança, que ajudamos a eleger e formatar.
Temos consciência de que o PT não é o único ente político comprometido com as transformações sociais. Temos preciosos aliados, desde partidos políticos até organizações, movimentos sociais e instituições, que precisam ser considerados. Porém, o PT não pode descuidar do reconhecimento do seu próprio potencial político, de qualificar e estimular seus quadros, de preparar sua militância para esse próximo período da conjuntura.
Tal conjuntura exige dos petistas do Estado de Pernambuco uma visão mais ampla desse projeto estratégico que ao ser implementado permita aglutinar forças, mobilizar a militância, favorecer o diálogo e o fortalecimento do partido, bem como a superação de métodos individualistas hoje tão cultuados dentro da tendência majoritária.
É fato que, de uns tempos para cá, em Pernambuco, a CNB deixou de cumprir o papel organizador da militância e referenciador dos dirigentes responsáveis pela construção partidária. Estabeleceu uma política de distanciamento dos movimentos sociais, de ausência de debates estratégicos, de fulanização de projetos políticos e adotou como regra a prática de tomada de decisões individuais ou no máximo de pequenos grupos. Até tentamos, pacientemente, disputar por dentro da CNB nossa concepção, haja vista a sua peculiar pluralidade. Mas os métodos de conduta acima citados, tornaram impossível a nossa convivência em um mesmo grupo aqui em Pernambuco. Falta o sentimentos de pertencimento, gerador da identidade coletiva.
Nós que subscrevemos esse manifesto, nos contrapomos a esses métodos, por considerá-los contrários às doutrinas do Partido dos Trabalhadores e manifestamos dentro do Partido e de público os nossos propósitos:
Queremos exercitar as boas práticas políticas do Partido dos Trabalhadores, trazendo para dentro do partido a discussão sobre os temas que estão em pauta como a Reforma Política, os avanços e dificuldade das administrações petistas no Estado, a estratégia política para as eleições 2012, as ações e práticas dos petistas dentro da administração federal e no governo de aliança no estado. Reorganizar as relações com os movimentos populares, sindicais e das juventudes.
Queremos uma CNB representativa de todos os segmentos sociais que compõem o PT. Valorizamos e apoiamos a participação do partido na esfera institucional, entendendo que o debate não pode estar restrito a esse segmento, pois a riqueza política do PT se sustenta na participação dos diversos setores organizados no seu interior e que a importância da representação institucional se manifesta sobretudo na identidade partidário do mandatário.
A CNB no âmbito nacional continua representando o projeto principal de avanços na construção e ação do partido. Como um grupo autônomo no estado, manteremos nossas relações orgânicas com a coordenação nacional da corrente. Não estamos, portanto, criando uma nova tendência, pelo contrário, estamos nos organizando para recuperar o papel político que a CNB, como uma corrente democrática e participativa, pode realizar.
Respeitamos a direção que o Presidente Pedro Eugênio imprime ao partido. E ele precisa do apoio decisivo de todos (as). Ele conta com nosso apoio para o fortalecimento do PT. Reafirmamos nosso compromisso com a democracia interna, com o fortalecimento da interiorização e apoio aos nossos Prefeitos/as, Vices e Vereadores/as, com a mobilização e organização da militância que não pode ficar restrita ao período eleitoral, com a necessidade de se colocar os mandatos legislativos e executivos sintonizados com os princípios do partido.
Conclamamos a todos/as que concordam com esta avaliação e perspectiva para iniciarmos amplamente tal debate. Este manifesto é o início da discussão, não o seu fechamento. Queremos ouvir e discutir com todos os/as companheiros/as que pensam na política como atividade coletiva e acreditam que sonhos, quando colocados em movimento, podem se transformar em realidade.
Saudações petistas
Recife, 26 de agosto de 2011
Seguem-se 113 assinaturas de militantes e dirigentes de várias regiões do estado de Pernambuco
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