No pouco uso que faço deste Blog, um dos temas que mais abordei foi o neurocientista Miguel Nicolelis. E agora, novamente.
Faço isso porque, além de considerá-lo um brilhante cientista (quem sou eu para achar o contrário?), tenho muita concordância com sua visão do papel da ciência na luta pelas transformações sociais e no desenvolvimento da democracia, particularmente no Brasil no atual estágio político.
Acredito que se os poderes públicos e, mais ainda, as representações da sociedade, em seus diversos segmentos, discutirem e trabalharem com suas teses e propostas (científicas e sociais) poderemos desenvolver políticas públicas que revolucionarão a educação, a ciência, a saúde, aprofundará a democratização do Estado e das relações sociais e políticas.
Eu sou um apaixonado pela discussão da neurociência. Apesar de não ter formação científica, como já falei neste blog há algum tempo, cientistas renomados, de várias áreas, tem publicado livros de fácil entendimento para o público leigo. Miguel Nicolelis tem essa qualidade: possui uma enorme facilidade para falar de forma cristalina e acessível para qualquer público sobre suas teorias, pesquisas e projetos.Ele provoca a boa polêmica onde todos os participantes ganham em consciência e conhecimento.
Por fim, o objetivo deste post é reforçar a informação do lançamento do livro Muito além do nosso eu, pela Companhia das Letras, no próximo dia 16/06. O livro foi lançado recentemente nos Estados Unidos e bateu recordes de venda na Amazon. Não possuo habilidade para ler um livro em inglês, por isso ainda não tenho pleno conhecimento do conteúdo do livro. Mas pelas entrevistas de Nicolelis, podemos perceber o quanto este livro tem de fantástico e de revolucionário. Não pode faltar na mesa de cabeceira de qualquer cientista, estudante das diversas áreas com as quais a neurociência se relaciona, político, liderança social e todo interessado em desenvolvimento da ciência. O tema do livro e suas consequências merece uma Audiência Pública na Câmara dos Deputados.
Sinopse do livro
Imagine um mundo onde as pessoas usam computador, dirigem seus carros e se comunicam entre si através do pensamento. Um mundo em que os paraplégicos podem voltar a andar e em que os males de Parkinson e Alzheimer são controlados. Parece cenário de ficção científica, mas tudo isso pode se tornar realidade. A humanidade está prestes a cruzar mais uma fronteira do conhecimento em direção à compreensão do imenso poder do cérebro, um conhecimento que poderá ser aplicado com grande proveito nas áreas de saúde e tecnologia.
Em Muito além do nosso eu, o premiado e internacionalmente reconhecido neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis revela suas ideias revolucionárias sobre essa nova tecnologia. Ele nos explica como o cérebro cria o pensamento e a noção que o ser humano tem de si mesmo (o seu self) — e como isso pode ser incrementado com o auxílio de máquinas. Este é o primeiro livro, destinado a um público leigo, a descrever com pormenores os enormes passos que a ciência vem dando para a criação das interfaces cérebro-máquina.
Nicolelis mostra como a tecnologia será capaz de transformar a sociedade humana e moldar uma nova “indústria do cérebro”, um empreendimento global com potencial de geração de trilhões de dólares. Essas interfaces, também chamadas ICMs, poderão um dia devolver a mobilidade a pacientes com paralisia grave, graças ao uso de “exoesqueletos” membranosos, que serão vestidos como uma roupa. As descobertas de Nicolelis e sua equipe oferecem também um caminho para a cura de distúrbios neurológicos como a doença de Parkinson e o mal de Alzheimer, sem contar as fascinantes perspectivas de comunicação tátil a longa distância e de exploração do fundo do mar e do espaço.
Muito além do nosso eu fala de um futuro tecnológico em que as visões catastrofistas dão lugar ao otimismo e à esperança. Essa é uma das maiores aventuras da ciência contemporânea, e Nicolelis nos proporciona uma compreensão profunda e iluminadora desse admirável mundo novo.
“Neste livro, eu proponho que, assim como o universo que tanto nos fascina, o cérebro humano também é um escultor relativístico; um habilidoso artesão que delicadamente funde espaço e tempo neuronais num continuum orgânico capaz de criar tudo que somos capazes de ver e sentir como realidade, incluindo nosso próprio senso de ser e existir. Nos capítulos que se seguem, eu defendo a tese de que, nas próximas décadas, ao combinar essa visão relativística do cérebro com nossa crescente capacidade tecnológica de ouvir e decodificar sinfonias neuronais cada vez mais complexas, a neurociência acabará expandindo a limites quase inimagináveis a capacidade humana, que passará a se expressar muito além das fronteiras e limitações impostas tanto por nosso frágil corpo de primatas como por nosso senso de eu.
Eu posso imaginar esse mundo futuro com alguma segurança baseado nas pesquisas conduzidas em meu laboratório, nas quais macacos aprenderam a utilizar um paradigma neurofisiológico revolucionário que batizamos de interfaces cérebro-máquina (ICM). Usando várias dessas ICMs, fomos capazes de demonstrar que macacos podem aprender a controlar, voluntariamente, os movimentos de artefatos artificiais, como braços e pernas robóticos, localizados próximo ou longe deles, usando apenas a atividade elétrica de seus cérebros de primatas. Essa demonstração experimental provocou uma vasta reação em cadeia que, a longo prazo, pode mudar completamente a maneira pela qual vivemos nossas vidas.
Nesse admirável mundo novo, centrado apenas no poder dos relâmpagos cerebrais, nossas habilidades motoras, perceptuais e cognitivas se estenderão ao ponto em que pensamentos humanos poderão ser traduzidos eficiente e acuradamente em comandos motores capazes de controlar tanto a precisa operação de uma nanoferramenta como manobras complexas de um sofisticado robô industrial. Nesse futuro, enquanto sentado na varanda de sua casa de praia, de frente para seu oceano favorito, você um dia poderá conversar com uma multidão de pessoas, fisicamente localizadas em qualquer parte do planeta, por meio de uma nova versão da internet (a “brainet”) sem a necessidade de digitar ou pronunciar uma única palavra. Nenhuma contração muscular envolvida. Somente por meio de seu pensamento.
A perspectiva dessa maravilhosa alforria, que hoje ainda pode soar para alguns como magia, milagre ou alquimia, não mais pertence ao domínio da ficção científica. Esse mundo do futuro está começando a se delinear, diante de nossos olhos, aqui e agora.”
Vou tentar estar em algum dos lançamentos , não sei em qual . Quero conhecer pessoalmente quem eu conheço bem virtualmente. Você é um amigo mesmo, admirador,torcedor e divulgador de MiguelNicolelis.
ResponderExcluirAdmiro o trabalho e a empolgação dele,faz tudo com crença e entusiasmo,não mede esforços e nem palavras na defesa do que acredita. Bom que seja brasileiro!
@sulains
Pois é meus amigos! MIGUEL NICOLELIS é um ser humano maravilhoso!Seu trato, simplicidade e bondade imensa, se aliam à inteligência visionária,inovadora e criadora.Suas investigações e descobertas neurocientíficas são e continuarão a ser mundialmente reconhecidas.Em "MUITO ALEM DO NOSSO EU" o Autor elimina a barreira linguística da ciência convencional e, em simbiose maravilhosa conduz o leitor aos factos da vida real e da neurociência numa viagem imperdível!
ResponderExcluirQUE O BRASIL SAIBA MERECER TÃO VALIOSO FILHO!
Vi a entrevista do Doutor Miguel no Programa do Jô. É um privilégio um brasileiro cientista, ético,humano e importante na transformação da vida de pessoas com problemas neurológicos/motores. Reverencio Doutor Miguel Nicolelis que com todo o seu conhecimento, fala com uma linguagem acessível a nós leigos. Vou recomenda o livro para minha sobrinha Joana Brum que faz medicina em Porto Alegre e recentemente apresentou um trabalho na área. Moro em Tupanciretã, interior do RS, procurarei adquirir o livro na internet ou num centro maior.
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