segunda-feira, 14 de novembro de 2011

AS LIBERDADES NÃO SÃO DADAS, ELAS SÃO TOMADAS






Para sabermos viver o presente não devemos ser saudosistas, mas temos que saber ser permanentemente jovens. E ser assim é trazer a experiência do passado juvenil sempre consigo e olhá-la através da experiência do presente, provocando a crítica, a comparação, a contradição, a dialética e, com tudo isso, construindo o futuro como uma experiência produzida pelo conflito dialético entre a vivência do passado com a vivência do presente. Olhar a vivência do passado com os olhos do presente e vivenciar o presente sem negar o passado, atualizando-o para as condições atuais, significa construir tradição sem ser conservador. 
O debate dos atuais acontecimentos na USP me levou a buscar entender, sob os olhos atuais, alguns fatos de maio de 68. E para ajudar nesse esforço de crítica, publico abaixo, sem maior critério de significados, muitas das frases que marcaram aquele rico período, no maio/68 francês, de movimentação juvenil.


"Irreverentes e provocadoras, de forte teor surrealista, as mensagens eram dirigidas não só ao poder, aos patrões e à polícia -mas também aos próprios estudantes e às instituições da esquerda tradicional."


"Abaixo a sociedade de consumo."
"Abaixo o realismo socialista. Viva o surrealismo."
"A ação não deve ser uma reação, mas uma criação."
"O agressor não é aquele que se revolta, mas aquele que reprime."
"Amem-se uns aos outros."
"O álcool mata. Tomem LSD."
"A anarquia sou eu."
"As armas da crítica passam pela crítica das armas."
"Parem o mundo, eu quero descer."
"A arte está morta. Nem Godard poderá impedir."
"A arte está morta, liberemos nossa vida cotidiana."
"Antes de escrever, aprenda a pensar."
"A barricada fecha a rua, mas abre a via."
"Ceder um pouco é capitular muito."
"Corram camaradas, o velho mundo está atrás de vocês."
"A cultura é a inversão da vida."
"10 horas de prazer já."
"Proibido não colar cartazes."
"Abaixo do calçamento, está a praia."
"A economia está ferida, pois que morra!"
"A emancipação do homem será total ou não será."
"O estado é cada um de nós."
“A humanidade só será feliz quando o último capitalista for enforcado com as tripas do último esquerdista.”
"A imaginação toma o poder."
"A insolência é a nova arma revolucionária."
"É proibido proibir."
"Eu tinha alguma coisa a dizer, mas não sei mais o quê."
"Eu gozo."
"Eu participo. Tu participas. Ele participa. Nós participamos. Vós participais. Eles lucram."
"Os jovens fazem amor, os velhos fazem gestos obscenos."
"A liberdade do outro estende a minha ao infinito."
"A mercadoria é o ópio do povo."
"As paredes têm ouvidos. Seus ouvidos têm paredes."
"Não mudem de empregadores, mudem o emprego da vida."
"Nós somos todos judeus alemães."
"A novidade é revolucionária, a verdade, também."
"Fim da liberdade aos inimigos da liberdade."
"O patrão precisa de ti, tu não precisas do patrão."
"Professores, vocês nos fazem envelhecer."
"Quanto mais eu faço amor, mais tenho vontade de fazer a revolução. Quanto mais faço a revolução, mais tenho vontade de fazer amor."
"A poesia está na rua."
"A política se dá na rua."
"Os sindicatos são uns bordéis."
"O sonho é realidade."
"Só a verdade é revolucionária."
"Sejam realistas, exijam o impossível."
"Tudo é Dadá."
"Trabalhador: você tem 25 anos, mas seu sindicato é de outro século."
"Abolição da sociedade de classes."
"Abram as janelas do seu coração."
"A arte está morta, não consumamos o seu cadáver. "
"Não nos prendamos ao espetáculo da contestação, mas passemos à contestação do espetáculo. "
"Autogestão da vida cotidiana"
"A felicidade é uma ideia nova."
"Teremos um bom mestre desde que cada um seja o seu."
"Camaradas, o amor também se faz na Faculdade de Ciências."
"Ainda não acabou!"
"Consuma mais, viva menos."
"O discurso é contra-revolucionário. "
"Escrevam por toda a parte!"
"Abraça o teu amor sem largar a tua arma."
"Enraiveçam-se!"
"Ser rico é se contentar com a pobreza?"
"Um homem não é estupido ou inteligente: ele é livre ou não é."
"Adoro escrever nas paredes."
"Decretado o estado de felicidade permanente."
"Milionários de todos os países, unam-se, o vento está mudando."
"Não tomem o elevador, tomem o poder."
"Revolução, eu te amo"
"Abaixo os jornalistas e todos os que querem manipular"
"Os limites impostos ao prazer excitam o prazer de viver sem limites"
"Tu, camarada, tu, que eu desconhecia por detrás das turbulências, tu, amordaçado, asfixiado, vem, fala conosco"
"Nós somos todos judeus alemães"
"Todo poder abusa. O poder absoluto abusa absolutamente"




Muitos  que condenam os "maconheiros" da USP hoje, gostam bastante das liberdades conquistadas pelos "drogados" da década de 60. Evidentemente não quero dizer que os anos 60 são iguais aos dias de hoje, mas historicamente quando a juventude entra em movimento sempre é por liberdade, democracia,  por criar novos valores sociais, superar o conservadorismo.  Pensemos bem nisso.

Um comentário:

  1. O Brasil é o país da hipocrisia mesmo... A "lei" proibi os estudantes da USP de consumirem maconha, mas não proibi os mesmos de consumirem álcool e cigarros,uma vez que,seus fabricantes pagam altas taxas de impostos ao governo.É como eu sempre disse: "A maconha no Brasil só será legalizada no dia em que o traficante pagar imposto ao governo".E enquanto isso não acontecer a repressão continuará.

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